Crescimento econômico na Mauritânia deve dobrar em 2019

A Mauritânia deve seguir um crescimento forte na economia, com um avanço de 6,7% neste ano. A previsão, comparada com valores do ano passado (3,6%), equivale a um aumento de quase o dobro. Os dados foram divulgados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e são um resultado de um relatório feito a partir da terceira revisão do acordo que a organização mantém com o país, que inclui um empréstimo de US$ 159,8 milhões, com a contrapartida de reformas.

O acordo tem como objetivo principal consolidar a estabilidade econômica local, com o apoio direto ao crescimento inclusivo e geração de empregos, permitindo ao país a construção de reservas internacionais. A proposta das autoridades da Mauritânia, segundo a FMI, é investir esses recursos na educação, saúde, proteção social, e infraestrutura pública.

“A estabilidade econômica da Mauritânia foi mantida, a dívida externa diminuiu em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), as reservas aumentaram e algum espaço fiscal foi criado”, afirma o vice-diretor administrativo e presidente interno do Conselho Executivo do FMI, Mitsuhiro Furusawa. Para ele, a reforma estrutural progrediu conforme o previsto na Mauritânia.


Mitsuhiro Furusawa

O crescimento esperado para este ano será apoiado pelo crescimento de setores não-extrativos, forte demanda doméstica e diversificação econômica recente. O país também está desenvolvendo um grande campo de gás em alto mar. “Mas os riscos relacionados ao crescimento econômico global, à volatilidade das cotações das commodities, ao clima adverso e às preocupações com segurança regional permanecem altos”, acrescenta Furusawa.

De acordo com a FMI, é necessário amplas reformas estruturais, acompanhada do fortalecimento da política tributária e administrativa. Essas mudanças devem garantir uma maior abrangência fiscal e a reforma dos processos orçamentários para melhorar a eficiência dos gastos públicos. A organização sugere ainda uma modernização da política cambial, permitindo uma maior flexibilização da taxa de câmbio. Desta forma, o país sofrerá menos com os choques externos.

O acordo estabelecido entre o FMI e a Mauritânia, em Dezembro de 2017, tem um prazo de três anos. A última revisão feita permitirá que o país saque mais US$ 22,8 milhões, elevando o total de desembolsos até agora para US$ 91,3 milhões.

Com informações da Agência de Notícias Brasil Árabe (ANBA)