FAO pede mais investimento em resiliência à mudanças climáticas

Os setores de alimentos e agricultura da África estão entre os mais vulneráveis ​​aos impactos negativos das mudanças climáticas, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Os pequenos agricultores, pequenos empresários e suas famílias, cuja subsistência depende da agricultura irrigada pela chuva, são os mais ameaçados pelo problema. E a melhor forma de lidar com esses desafios, segundo a agência, é aumentar a resiliência das pessoas. Para a FAO, a resiliência contra múltiplas ameaças, incluindo as mudançlimáticas, é um pré-requisito fundamental para o desenvolvimento sustentável, em particular diante do desafio de alimentar mais de 2 bilhões de africanos até 2050.

Fazendeiros em Quênia/Foto:Peter Kapuscinski / World Bank

“Os agricultores sempre foram inovadores. O que eles precisam são políticas que os protejam e aumentem sua resiliência à mudança climática. Eles precisam de acesso à informação, tecnologia e investimento, e devem ser levados à conversa sobre inovação”, afirma a vice-diretora da FAO, Geral Maria Helena Semedo.  De acordo com os dados mais recentes da FAO, a fome está aumentando em quase todas as sub-regiões africanas e a desnutrição chega a quase 20%, tornando a África a região com maior prevalência. 

Essa situação é impulsionada principalmente por conflitos e pelas mudanças climáticas e é especialmente crítica na África Oriental. Cerca de 30,8% de habitantes dessa sub-região, ou 133 milhões de pessoas, têm dificuldades para ter o suficiente para comer.

Na segunda-feira, foi endossado um compromisso para apoiar melhor os países africanos para que assim, se acelere o progresso em direção à melhoria da segurança alimentar. Baseadas nas discussões ocorridas na conferência foi constatado que é possível se adaptar a esses riscos com ações imediatas e ousadas voltadas para a resiliência.

O encontro de dois dias, reuniu na cidade de  Kigali na Ruanda, cerca de 250 pessoas, entre representantes da FAO, da Comissão da União Africana, do Banco Africano de Desenvolvimento, do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola e do Banco Mundial. O objetivo desse encontro é facilitar o engajamento entre os governos e os principais parceiros de desenvolvimento para estimular uma ação unificada para a agricultura e os sistemas alimentares da África em resposta às mudanças climáticas.