A doença provocada pelo novo coronavírus COVID-19 recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) o status de pandemia. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (11) em Genebra pelo chefe da agência, Tedros Ghebreyesus.
Durante o anúncio, o diretor-geral da OMS revelou que está acompanhando o vírus 24 horas por dia e está “profundamente preocupado com os níveis alarmantes de contágio e de falta de ação.”
A doença, que surgiu no final do dezembro, na China, está presente agora em 114 países. Até esta quarta-feira, foram registrados mais de 118 mil casos e 4.291 mortes no mundo. Nas últimas duas semanas, o número de novos casos diários fora da China aumentou 13 vezes. E a OMS acredita que esse número aumente.

Casos concentrados
China, Itália, Coreia do Sul e Japão respondem por mais de 90% dos casos notificados mundialmente. Coreia do Sul e China têm “epidemias em declínio significativo”, segundo a OMS. Cerca de 57 países confirmaram menos de dez casos. Enquanto isso, 81 nações ainda não tiveram qualquer caso. Apesar disso, o chefe da OMS faz um apelo para que os governos de todo o mundo preparem seus hospitais e e treinem seus profissionais de saúde.
Trinta e nove laboratórios da região africana da OMS podem testar o COVID-19

10 países africanos em guerra contra o COVID-19
Dez países da África já confirmaram pelo menos um caso de COVID-19. São eles: Argélia, Burkina Faso, Camarões, Egito, Marrocos, Nigéria, África do Sul, República Democrática do Congo, Togo e Tunísia.
A República Democrática do Congo (RDC) relatou o primeiro caso de COVID-19 nesta quarta-feira (11). Trata-se de um cidadão congolês que havia retornado recentemente a Kinshasa de sua residência na França.
“É triste ouvir que, assim como a RDC parece estar quase acabando com seu pior surto de Ebola, um novo vírus está ameaçando a saúde de seus cidadãos”, disse Matshidiso Moeti, diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a África. “Alguns dos esforços de prontidão implementados durante o surto de Ebola podem ajudar o país a responder ao COVID-19”.
Trinta e nove laboratórios da região africana da OMS podem testar o COVID-19. A OMS também enviou equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde, além de termômetros e outros suprimentos essenciais para a triagem e tratamento de casos suspeitos nos aeroportos e outros pontos de entrada.

Esforço conjunto na SADC
Os Ministros da Saúde da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) concordaram em coordenar conjuntamente seus esforços para responder ao COVID-19 na região. A África do Sul confirmou seu primeiro caso em 5 de março. É o primeiro e até agora o único país da SADC com registro da doença.
“Embora apenas um país da região da SADC tenha relatado casos confirmados no COVID-19, os países da SADC mudarão para o modo de resposta”, disse a tanzaniana Stragomena Tax, Secretária Geral da SADC. Segundo ela, os Estados-membros estão instituindo mecanismos para apoiar o desenvolvimento e a implementação de planos nacionais de combate à doença.
A inspiração veio da China, que adotou uma abordagem unificada para evitar a propagaçao do novo coronavírus. “Os esforços da China e são notáveis e devem ser elogiados”, disse Devanand Moonasar, diretor-chefe interino de doenças transmissíveis do Departamento Nacional de Saúde da África do Sul.
Dez dos dezesseis Estados Membros da SADC já concordaram em compartilhar informações sobre o surto de COVID-19. Além disso, os países-membro da SADC decidiram suspender as reuniões regionais presenciais em favor de conferências pela Internet.