Composto pelo Vice-Presidente Executivo de Governança, Jurídico e Serviços Corporativos do Afreximbank, George Elombi; pelo Diretor de Práticas Globais de Agricultura do Banco Mundial, Simeon K. Ehui; pelo Diretor Geral da Rockefeller Foundation, Mamadou Biteye, e pelo Membro do Conselho Consultivo do Instituto Brasil África, Ibraimo Ibraimo, o primeiro painel do 6º Fórum Brasil África discutiu a importância do comércio na promoção do crescimento e geração de emprego em ambos os lados do Atlântico.

Simeon K. Ehui iniciou a discussão expondo a importância da atividade agrícola como principal setor de ofertas de empregos na África, especialmente no contexto da Cooperação Sul-Sul. Para o diretor, as descobertas feitas na agricultura têm feito diferença na criação dessas oportunidades. “Existe uma cadeia que envolve a agricultura, formada por vários países. Os alimentos vão promover um alto número de trabalho, mas como nós vamos fazer isso?”, questionou.

O representante do Banco Mundial também questiona o que a África pode aprender com o Brasil no que diz respeito ao comércio. O sistema de gerenciamento e de administração, segundo ele, trouxe progresso ao país e pode ajudar a desenvolver este setor e o comércio entre a África e a Ásia. Para Simeon K. Ehui, essa é a oportunidade de diversificar e expandir o mercado brasileiro, criando uma rede de comércio com os países emergentes.

Outro ponto importante presente é a Cultura Digital como solução para as famílias africanas e sua juventude, que podem futuramente tirar vantagem desse novo modelo de economia, criando grupos de oportunidades sistemas de monitoramento e prevendo épocas de chuva e seca, através de sistemas.

Simeon K. Ehui afirma que o Banco Mundial está consciente e disposto a desenvolver um sistema de educação agrícola, junto às universidades, fornecendo novos conhecimentos e habilidades para a juventude.

Para George Elombi, do Afreximbank, a cooperação entre as instituições asiáticas têm desenvolvido muita força. No caso da China, trouxe benefícios para os setores africanos e o que torna isso possível é o trabalho sem fronteiras. “O que nós queremos entre Brasil e África é algo similar ao que temos com a China. Nós gostaríamos de ver isso funcionar”, afirmou. Segundo o gestor, o Brasil tem sido muito forte na agricultura e no processamento de produtos como o cacau e o café, e há espaço de transferência de tecnologia e habilidades de manutenção do Brasil para alguns países africanos.

George Elombi finaliza destacando a importância da cultura para o empoderamento jovem, visto que há uma proximidade secular entre o Brasil e a África. Ele acredita que as similaridades entre habilidades de aprendizado podem facilitar a partilha de práticas entre países.

Mamadou Biteye, da Fundação Rockefeller, ressaltou a importância dos setores de TI e tecnologia digital, que vem transformando a África nos últimos 15 anos. Mesmo com o crescimento, ainda há muito a ser feito, diz. Ele explica que, no Brasil, se pode comprar qualquer tipo de souvenir ou bebida nas ruas, através de máquinas de cartões. Apesar dos progressos realizados, a África ainda não chegou a este ponto.

Biteye afirma, ainda, que esta colaboração digital pode acontecer de maneira simples. “Se olhamos, hoje em dia, para a distribuição dos trabalhadores nas empresas online, vamos descobrir que temos quatro milhões de empregados registrados contra 150 mil que temos na África. Precisamos testar conscientes das oportunidades que podemos ter”, finalizou.

Ibraimo Ibraimo, Membro do Conselho Consultivo do Instituto Brasil África, trouxe em sua fala a relação da agricultura entre Brasil e África. Cerca de 60% da população africana é constituída por jovens – a África é a região mais jovem do mundo, com uma idade média de 19 anos. Esses dados, para ele, podem significar um fator de redução da pobreza, mas só será uma realidade se os países fizerem um esforço conjunto, público e privado, sendo responsabilidade para todos, além do governo. É preciso que se assuma a prioridade de investimento na educação e na saúde desses jovens. “São necessárias medidas que estimulem o instrumento produtivo. Integrar os jovens em todos os processos produtivos, investindo em pequenas e médias empresas”, afirma.

Além da agricultura, Ibraimo Ibraimo acredita na integração, entre Brasil e África, através do turismo, principalmente em Moçambique. Outro ponto a ser destacado foi a equidade de gênero no Brasil, onde a população feminina, que dispõe das mesmas capacidades dos homens, encontram muitas dificuldades de emprego.

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