Fundada em fevereiro de 2019 por profissionais do setor bancário, a empresa zambiana DigitalPayGo é uma startup que oferece serviços financeiros através do celular. Há algumas semanas, a companhia foi agraciada pelo FinTech4U um programa de aceleração apoiado pelo Fundo de Desenvolvimento de Capital das Nações Unidas (UNCDF). Além de receber um aporte inicial de US$3.000, a fintech vai se dialogar com importantes players do setor, como  Banco da Zambia.

ATLANTICO conversou com Esther Kanduza. Ela é diretora de marketing e vendas da empresa. À nossa equipe, ela contou sobre como surgiu a ideia de montar um negócio digital e onde a startup quer chegar em 2020.

Esther Kanduza

ATLANTICO – Como surgiu a ideia de criar o DigitalPayGo? Vocês foram inspirados por alguma ideia fora da Zâmbia?

Esther Kanduza – Nossa empresa foi criada para ser uma força pioneira na indústria FinTech na Zâmbia, na África e em todo o mundo. Nossa solução B2B, Digital PayGo, será a principal plataforma de serviços financeiros compartilhados digitais na Zâmbia, preenchendo assim a lacuna entre bancos, operadoras de redes móveis, serviços financeiros digitais e outros FinTechs. Nossos fundadores são profissionais experientes do setor bancário e de telecomunicações que procuraram resolver a questão dos custos cada vez maiores de capex, garantindo ao mesmo tempo que seus consumidores tenham comodidade na ponta dos dedos – usando seus telefones móveis!

A abordagem foi criar um switch zambiano que roteia com segurança transações financeiras entre instituições membros em tempo real. Demos o passo ousado de promover a interoperabilidade entre os principais players do setor e sonhar com um código universal de Resposta Rápida (QR) para todos os zambianos, tanto nas áreas rurais quanto nas urbanas. Esse código QR universal permite que usuários de dinheiro móvel e clientes bancários façam pagamentos instantâneos aos comerciantes. Dessa forma, incentivamos a inclusão financeira aumentando a disseminação da distribuição e dando às empresas o que elas precisam – acesso do consumidor a serviços financeiros digitais a partir de seu telefone.

Fomos inspirados por pessoas como We Chat, Stripe, Ali Pay e Snap Scan. Eles mostraram que, por mais simples que seja uma idéia, o aspecto importante é a simplificação das complexas partes móveis por trás do quadro geral. Para nós, está criando um ecossistema digital.

ATLANTICO – Quais são os números do DigitalPayGo hoje? Quantas transações eles realizam? Qual é o número de usuários?

Esther Kanduza – Atualmente, temos 2 parceiros, um banco líder e operadora de rede móvel na Zâmbia. Lançamos nossa plataforma universal de código QR em 2019 com nosso parceiro bancário. Estava em fase piloto e cresceu para mais de 29.000 comerciantes, com um total de mais de 14.000 transações em toda a Zâmbia. Nossa próxima oferta, o Shared Agency Banking, começará com uma base de 200 agentes.

ATLANTICO – Quais são os planos para 2020? Como o FinTech4U pode ajudar a empresa a atingir seus objetivos?

Esther Kanduza – O ano de 2020 já teve um começo empolgante e pretendemos expandir nossa base de parcerias, aumentando o número de instituições em nossa plataforma para um total de 10. Isso varia de órgãos governamentais a provedores DFS (Discover Financial Services) em áreas rurais. Também planejamos nos engajar com outros FinTechs, ao consolidarmos nosso lugar como opção para pagamentos móveis. O programa FinTech4U ajudará a colocar o pé nas portas certas. A interação individual com os reguladores apresenta acesso a informações que, de outra forma, levariam anos para serem obtidas ou compreendidas. O efeito de reputação deste acelerador não pode ser exagerado, pois colocará o Digital PayGo em um pedestal como um parceiro de confiança. A oportunidade de networking também é fundamental na troca de idéias e na assinatura antecipada dos parceiros certos. Em suma, será uma maravilhosa curva de aprendizado que tornará nossa plataforma melhor.

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