Um novo presidente é eleito na Argélia após uma onda de protestos pedindo pela renovação da política. O ex-premiê Abdelmadjid Tebboune foi eleito o novo comandante do país após conseguir 58% dos votos.  As eleições sofreram um forte boicote por parte da população e, por isso, o número de votantes foi o menor da história do país. A Autoridade Nacional Eleitoral indicou que a participação foi de 39,83%, a mais baixa da história, o que equivale a cerca de 9 milhões de pessoas. 

Toda sexta-feira, os argelinos têm ido às ruas pedir uma renovação completa das estruturas políticas em um movimento chamado “Hirak”. As manifestações começaram em fevereiro. Em abril, o então presidente presidente Abdelaziz Bouteflika, que estava há 20 anos no poder, renunciou após forte pressão popular.

Protestos em 13 dezembro 2019, Foto: Farouk Batiche/dpa

Novas eleições foram propostas em julho. No entanto, as candidaturas feitas na época foram rejeitadas pelo Conselho Constitucional da Argélia, e coube ao presidente interino Abdelkader Bensalah convocar novas eleições, que ocorreram na última quinta-feira  (12) e o resultado foi divulgado no dia seguinte.

Tebboune foi primeiro ministro do governo de Bouteflika, e ocupou diversos cargos no governo. Após ser eleito ele procurou abrir diálogo com a oposição e afirmou que iniciaria consultas para uma nova Constituição que seria aprovada por referendo.  Porém os manifestantes querem a saída de todos os partidários ou colaboradores de Buteflika porque, segundo eles, esses políticos fazem parte de uma elite governante tradicional que está no poder desde a independência do país 1962.

Relações estrangeiras

O presidente francês Emmanuel Macron pediu que as autoridades argelinas estabelecerem um diálogo com a população. Já o  porta-voz da diplomacia americana, Morgan Ortagus, declarou que o país quer “trabalhar com o presidente eleito para promover a segurança e prosperidade na região”. 

Parceiro do Brasil 

A Argélia é o segundo maior parceiro comercial brasileiro na África e no mundo árabe. Os dois países mantêm importantes projetos de cooperação técnica, com iniciativas nas áreas de saúde e de formação profissional.

Com informações da ANBA

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