Apenas 25% da população africana tem acesso a combustíveis e energia limpos para cozinhar. O dado é de um estudo recente elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela União Africana. O documento também propõe estratégias para acelerar a transição para fontes de energias renováveis.

Funcionários e especialistas dos governos da Etiópia e do Quênia foram beneficiados com um projeto de qualificação do PNUMA, realizado em parceria com a  Iniciativa Internacional para o Clima. O projeto fornece assistência técnica para avaliar a sustentabilidade dos setores de bioenergia e desenvolver uma capacidade para monitoramento periódico a longo prazo.

Serão usados 24 indicadores para avaliar os impactos ambientais, sociais e econômicos da produção e uso de bioenergia. Os resultados desses indicadores serão usados ​​para facilitar o processo de tomada de decisão.

Fekadu Beyene

“Essas descobertas ajudam a melhorar nosso conhecimento e entendimento geral sobre o setor de bioenergia da Etiópia e servem como ponto de partida para melhorar a sustentabilidade desse setor e apoiar políticas eficazes de bioenergia sustentável como parte das estratégias de desenvolvimento de baixo carbono”, disse Fikadu Beyene, Comissário de Meio Ambiente, Florestas e Mudanças Climáticas na Etiópia.

99 milhões de pessoas na Etiópia fazem usam a biomassa para cozinhar. O acesso à energia moderna, a redução da pobreza e a melhoria da saúde são alguns dos benefícios potenciais que o biogás e outras alternativas à biomassa podem trazer. 

Mulher carrega lenha na vila de Kereita, no Quênia. (Tabitha Obara/ ICRAF)

No Quênia, o projeto ajudou a avaliar o potencial atual e futuro do setor de bioenergia em dois aspectos: o uso de resíduos do bagaço da cana de açúcar pela indústria de chá e a produção de carvão vegetal de florestas, bosques e terras agrícolas para uso doméstico. A indústria de chá consome quase 1 milhão de toneladas de lenha por ano, ou mais de 4% do volume de lenha consumido anualmente no Quênia. “Os resultados do projeto oferecem uma melhor compreensão do impacto ambiental, social e econômico do uso de bioenergia e auxiliam no gerenciamento sustentável desse importante recurso nacional “, afirma Charles Mutai, diretor do  Diretório de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente e Florestas.

O consumo de energia no Quênia é dominado pela biomassa, seguida do petróleo e derivados, a geotérmica e outras energias renováveis, segundo dados do governo queniano. A biomassa supre mais de 90% das necessidades de energia das famílias rurais do País e mais de 43 milhões de pessoas dependem do uso tradicional de biomassa para cozinhar no país.

Prejuízos para a saúde

4 milhões de pessoas morrem todos os anos por  conta da poluição causada pelo uso da lenha usada como combustível  nas residencias, segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). O dado ajuda a justificar o desenvolvimento de alternativas energéticas mais eficazes e seguras.).

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