A rainha Diambi Kabatusuila Mukalenga Mukaji Wa Nkashama, da República Democrática do Congo, está em visita ao Brasil desde o dia 27 de Fevereiro, aos estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. A realeza chega ao país para um encontro com comunidades afrodescendentes e indígenas com o propósito de resgatar os saberes e  práticas ligadas à cultura dos povos congoleses (Congo Kinshasa), outrora trazidos para o Brasil no tempo da escravatura.

A rainha do Congo Diambi Kabatusuila participa de evento em sua homenagem na Casa França-Brasil, no centro do Rio de Janeiro. Tomaz Silva/Agência Brasil.

Desde a sua vinda ao Brasil, ano passado, que resultou numa amizade com Cristiane Papiôn, coordenadora do Observatório Cultural das Aldeias (OCA), Diambi se mostrou interessada em retornar para uma visita mais prolongada. Papiôn é uma importante referência no âmbito das políticas culturais e de intolerância religiosa no país e logo entrou em contato com parceiros para organizar a agenda e novas parcerias em prol da vinda da rainha.

A turnê, chamada de “Pela paz no Brasil”, nasceu da necessidade dos brasileiros reconhecerem a importância da matriz africana na formação da cultural nacional, bem como celebrar as práticas religiosas e culturais com foco na ancestralidade dos descendentes africanos. A importância da vinda de uma rainha do Congo ao país se justifica pela grande influência da cultura Bantu no Brasil, trazida pelos congoleses e que contribuíram muito para formação da identidade cultural do país.

A passagem de Djambi pelos quatro estados brasileiros conta com encontros a universidades, com coletivos étnico-raciais, tour para pontos turísticos de referências históricas para povos indígenas e negros, visitas em espaços religiosos e em projetos sociais com crianças. A rainha permanecerá até 15 de Março. Durante a passagem pelo Brasil, a rainha estará acompanhada de uma comitiva de várias autoridades internacionais, entre eles, embaixadores de alguns países africanos na Europa.

Diambi Kabatusuila é filha de mãe belga e pai congolês diplomata. Embora tenha nascido na Bélgica, Diambi cresceu na República Democrática do Congo e possui vasta experiência em multiculturalismo. Ela detém o título de Diambi Mukalenga Mukaji Wa Nkashama (Rainha da Ordem do Leopardo) e foi investida e introduzida em Kinshasha pela Associação de Autoridades Tradicionais e Consuetudinárias do Congo em 5 de agosto de 2017.

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