Começou nesta segunda-feira (24) em Fortaleza a Conferência Regional Ministerial das Américas para Economia Verde. O evento quer discutir políticas e marcos regulatórios necessários para uma transição sistemática para a Economia Verde. “A economia verde parece ser uma agenda de Estado. Mas é uma agenda comum, de todos nós”, lembra o presidente do Instituto Brasil África, Prof. João Bosco Monte, durante a cerimônia de abertura. “Não iremos encontrar todas as respostas em apenas três dias, mas este é um momento muito importante para ajudar a melhorar o nosso papel na promoção da agenda da economia verde”. O Instituto Brasil é correalizador da conferência, que segue até a próxima quarta-feira (26).
Troca de experiências
Na primeira manhã do evento, ministros de vários países das Américas puderam trocar experiências em torno da Economia Verde. “Desde 2010, trabalhamos com políticas para avançar no desenvolvimento sustentável. Precisamos promover uma melhor integração entre todos os setores, a fim de alcançar mais educação e conscientização”, conta Olga Rosario, ministra do Meio Ambiente da República Dominicana.
A ministra da Educação da Guiana, Nicolette Henry, por sua vez, compartilhou algumas das ações que o país dela adotou para melhorar a agenda da economia verde e os programas de desenvolvimento sustentável, como a alocação de recursos específicos e a adoção de políticas nacionais. A Guiana tem buscado diversificar sua base econômica para além do petróleo e fez um plano estratégico com metas definidas até 2040.
Já o vice ministro do Meio Ambiente do Equador, Michael Castañeda, apresentou um programa chamado “Reverdecer” voltado para ações de promoção do desenvolvimento sustentável em seu país. “As pessoas fazem parte da nossa estratégia para alcançar um estado sustentável”, defende.
“Aproveitar as reuniões como esta Conferência para estabelecer parcerias é realmente importante para alcançar o desenvolvimento sustentável”, provoca Rodrigo Carvalho, Comandante da Comissão Interministerial de Recursos Marinhos (CIRM) ao destacar o compromisso do Brasil com a temática.
O mar representa 19% do PIB brasileiro. O número corresponde a setores como petróleo e gás, portos, indústria naval, extração mineral, turismo e esportes náuticos, pesca e aquicultura e biotecnologia. Carvalho apresentou um plano setorial para os recursos do mar, que agrega 11 projetos desenvolvidos pelo governo do Brasil.
“A economia verde parece ser uma agenda de Estado. Mas é uma agenda comum, de todos nós”
Tema relevante
Após os três dias da conferência, um documento será redigido com tratativas para a Economia Verde. O texto feito na conferência da América se unirá aos planos apresentados nos documentos produzidos nas outras quatro conferências sobre Economia Verde.
Apesar das inúmeras realidades locais em torno da temática, existe um consenso de que há uma urgência em discutir e implementar ações voltadas para a sustentabilidade. “A agenda da economia verde não é indivisível de outras. As soluções que encontraremos para uma com segurança funcionarão para outra no caminho da transição”, revela Gerardo Arroyo, Diretor do Programa de Desenvolvimento Sustentável do PNUD para o México.
Necessidades específicas
A conferência realizada nas Américas é a terceira de uma série de cinco encontros. O primeiro deles foi realizado entre os dias 17 e 19 de junho no Cairo, contemplando o continente africano. A primeira delas foi realizada em Bangkok. Outras duas conferências serão realizadas, uma no Bahrein e outra no Uzbequistão. A ideia de realizar cinco conferências é permitir debates sobre economia verde a partir da necessidade de cada região.
Edem Bakhshish
“As américas são ricas, com muitos recursos naturais, mas com muitos desafios ambientais. O continente está sendo afetado pelas mudanças climáticas e precisa crescer”, afirma Edem Bakhshish, Coordenador Regional do Escritório das Nações Unidas para Cooperação Sul-Sul (UNOSSC). Esta é uma região que enfrenta desafios importantes e a economia verde tem o potencial de melhorar o bem-estar humano”, disse Katyna Argueta, representante residente do PNUD no Brasil.