Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a queda da União Soviética, as disputas por zonas de influência ao redor do planeta passaram a ser exercidas fora do escopo bélico e começaram a ser bem mais sutis, entrelaçadas com o desenvolvimento da Ordem Liberal Internacional e do capitalismo. É neste cenário que surge a geoeconomia, o estudo dos aspectos políticos da economia e do uso de recursos naturais. Ela também pode ser entendida como o uso de instrumentos econômicos por parte dos Estados para alcançar objetivos políticos. Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a queda da União Soviética, as disputas por zonas de influência ao redor do planeta passaram a ser exercidas fora do escopo bélico e começaram a ser bem mais sutis, entrelaçadas com o desenvolvimento da Ordem Liberal Internacional e do capitalismo. É neste cenário que surge a geoeconomia, o estudo dos aspectos políticos da economia e do uso de recursos naturais. Ela também pode ser entendida como o uso de instrumentos econômicos por parte dos Estados para alcançar objetivos políticos.
Para o Brasil, a ordem Capitalista Liberal transformou nosso país. Em pouco mais de 100 anos o país passou de um exportador de 4 gêneros agrícolas para a sétima economia mundial. Éramos uma nação aonde nada se produzia do ponto de vista industrial, aonde o deficit de nossa balança comercial era exponencial e a inflação era diariamente um veneno aos mais pobres. Esse tempo passou e hoje a estabilidade econômica é uma conquista do Brasil. Entretanto ainda vivemos o que chamo de “síndrome do país continental”, pois nossas relações com outras nações ainda são bastante tímidas e não conseguimos acompanhar com a velocidade necessária o grau de integração mundial.
“Hoje a estabilidade econômica é uma conquista do Brasil”
A África é um dos mercados de consumo que mais cresce no mundo. O consumo das famílias nos últimos anos cresceu vertiginosamente, de modo que superou a média mundial. O crescimento da população, hoje com aproximadamente 1,2 bilhão de habitantes, o crescimento das taxas de urbanização, a rápida expansão do acesso à Internet e aos celulares fazem com que o continente seja um greenfield de oportunidades para as empresas brasileiras e para o intercambio de tecnologias e serviços.
“A África é um dos mercados de consumo que mais cresce no mundo.”
Os gastos das famílias cresceram a uma taxa de 4,1% desde 2010 e superaram o volume de US$ 1,6 trilhão em 2017. Espera-se que esse volume chegue aos US$ 2,1 trilhões até 2030 e US$ 2,9 trilhões até 2035. O desenvolvimento de uma área de Livre Comércio Continental (CFTA) é outro importante avanço para que o continente possa melhorar a qualidade de vida de seus habitantes e atrair mais Investimento Direto Estrangeiro – IDE, algo que é capaz de modernizar a infraestrutura de nações inteiras, além de elevar o nível de emprego e o PIB per capita.
Até 2030, o desenvolvimento econômico no continente deve impactar mais diretamente a Nigéria, a África do Sul e o Egito. Outros mercados que devem se desenvolver com mais força são o Marrocos, o Quênia, a Angola, a Etiópia e a Tunísia. Esses países passam por importantes transformações que vão desde melhoras nas suas governanças até o desenvolvimento de sistemas bancários e de poupança nacional.
Não é à toa que a estratégia chinesa Belt and Road initiative foca bastante na África como fonte de recursos naturais e mercados consumidores. Hoje já existe um pensamento em parte das sociedades africanas que aprender mandarim é mais útil do que inglês devido ao nível de relações econômicas em desenvolvimento.
Os países europeus que anteriormente eram colonizadores do continente africano (Reino Unido, França, Bélgica e Portugal) hoje enxergam oportunidades cada vez maiores para investimentos, bem como vender seus produtos para uma nova classe média ascendente.
No Brasil não podemos deixar de enxergar as oportunidades no continente africano, pois além de participamos de um grupo importante de países de língua portuguesa, a CPLP, o desenvolvimento geoeconômico do Brasil passa necessariamente por enxergar e desenvolver projetos em parceria com o continente africano.