Há 20 anos Timor-Leste se tornou independente da Indonésia através de uma consulta organizada pelas Nações Unidas. “Uma democracia pujante, onde os direitos humanos, as liberdades fundamentais e a alternância democrática são respeitados.” declaru António Guterres, Secretário-geral da ONU, em mensagem para marcar a data.
Guterres fez seu discuro através de vídeo exibido na cerimônia que aconteceu na capital do país, Díli, no dia 30 de agosto.
“Sempre fui um fervoroso defensor do povo timorense e de seu indeclinável direito à autodeterminação. Lembro-me vivamente da alegria que senti, há 20 anos, quando soube dos resultados do referendo, bem como das angustiantes semanas que se seguiram, até que finalmente foi possível convencer a comunidade internacional da necessidade de agir,” declarou.
O chefe da ONU terminou a mensagem dizendo que os timorenses podem contar com o apoio das Nações Unidas, e o seu apoio pessoal, nos “esforços rumo a um futuro cada vez mais inclusivo, próspero e promissor.”
História
Após o referendo de 30 de agosto, o governo da Indonésia aceitou o resultado em outubro, revogando as leis que anexavam o Timor-Leste ao país.
As Nações Unidas aprovaram depois uma resolução que criou a Administração Transitória das Nações Unidas em Timor-Leste, Untaet, que levou à independência do país em maio de 2002.
De novembro de 1999 a maio de 2002, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello exerceu o cargo de administrador de transição da ONU em Timor-Leste. Permitindo assim que o governo atual do país fosse estabelecido.
Eleições em Timor-Leste, 9/10/2009 Foto: UNO/Martine Perret.
Ao longo dos anos, as Nações Unidas teve cinco missões diferentes no país, tendo a última terminado em 2012. Durante esse tempo a ONU fez parte da organização de quatro diferentes eleições nacionais.
Futuro
Para o coordenador residente Nações Unidas no Timor-Leste, Roy Trivedy, a colaboração da ONU com o país deve agora centrar-se na Agenda 2030 e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
“ Os ODSs têm um papel muito importante dentro das políticas do governo de Timor-Leste. A ONU precisa ajudar o governo para atingir os ODSs que realmente tem significado na vida do país e na vida dos cidadãos.”
Trivedy destaca também, e colaboração com o governo e os desafios do páis, que possui uma grande população jovem.
“Timor-Leste é um país pequeno, mas temos uma população onde 70% tem menos de 25 anos, muito jovem. Temos sempre de investir na área da educação, temos de criar emprego para os jovens, temos muitas pessoas que não têm emprego na área da economia informal.”
Apesar de as Nações Unidas não terem mais uma missão em Timor-Leste, a organização continua a estar presente no país através de suas agências.
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