Há uma década, o Brasil abriu várias missões diplomáticas em países africanos. Essa decisão foi baseada na ideologia ou foi visionária?
O continente africano, com seus 55 países, está apresentando uma oportunidade cada vez maior de comércio, investimento e cooperação. Este ano, o Acordo de Livre Comércio Continental (CFTA) foi estabelecido, a fim de criar um mercado único continental para bens e serviços, com livre circulação de pessoas de negócios e investimentos. A CFTA fornecerá acesso a um mercado de mais de um bilhão de pessoas.
Esforços intensos estão sendo envidados para acelerar a infraestrutura de desenvolvimento e industrialização no continente africano e expandir o comércio intra-africano através de uma melhor harmonização e coordenação da liberação e facilitação dos regimes de comércio entre as Comunidades Econômicas Regionais (CERs) e em toda a África.
Muitos países africanos têm desfrutado de taxas de crescimento do PIB superiores a 5% ao ano. Seis das dez economias que mais crescem no mundo são países africanos. O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) prevê no seu relatório Africa Economic Outlook 2108 que o crescimento real de 3,7% estimado para a África em 2017 aumentará para 4,1% em 2018 e 2019. Isso mostra a resiliência da África para se recuperar dos choques globais e domésticos de 2016.
A Agenda Africana foi priorizada dentro da Parceria dos BRICS. A Estratégia de Parcerias Econômicas do BRICS visa fortalecer os laços comerciais, comerciais e de investimento entre as comunidades empresariais dos cinco países do BRICS, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Por extensão, apóia o desenvolvimento econômico na África e na América do Sul, ajudando a diversificar a cooperação econômica entre os países em desenvolvimento, que no passado tiveram que depender exclusivamente da cooperação econômica com os países desenvolvidos.
Todos esses desenvolvimentos apresentam à comunidade empresarial do Brasil oportunidades maravilhosas de expandir seus negócios para a África.
A África do Sul, com sua excelente infraestrutura financeira e física, é uma base interessante para investimentos brasileiros e expansão para o restante da África.
O País estabeleceu o Investment South Africa (ISA), que promove e facilita investimentos e cuidados posteriores para investidores. Aumenta a facilidade de fazer negócios, identificando gargalos e desafios administrativos, servindo como One-Stop-Shop para facilitar toda a cadeia de valor do investimento e fornece serviços de consultoria especializada para os investidores.
A África do Sul também oferece vários esquemas de incentivo para investidores.
É apenas o Oceano Atlântico que nos separa. Vamos nos basear em nossa herança compartilhada e em nossa visão compartilhada para o futuro.