Autoridades sanitárias internacionais  lutam para conter o avanço da disseminação da COVID-19, a doença causada pelo novo coronavírus.  Tanto na América quanto na África, o crescimento no número de pessoas infectadas fez as organizações de saúde reverem suas estratégias. 

No final da manhã desta segunda-feira,  a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) apresentou em Washington um panorama sobre a situação da epidemia no continente americano. Segundo a organização, nos últimos dez dias, 13 países da América Latina e do Caribe, além dos Estados Unidos e Canadá notificaram casos confirmados da COVID-19).  

Até  a última sexta-feira (6), foram confirmados 257 casos em dez países e quatro territórios da região (Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Guiana Francesa, Martinica, México, República Dominicana, Ilha de São Martinho e São Bartolomeu).

Além disso, o  Ministério da Saúde da Argentina anunciou neste sábado (7) a morte de um homem de 64 anos pelo novo coronavírus. Ele é a primeira vítima da Covid-19 registrada na América Latina.   

Carissa F. Etienne

“Os países precisam estar prontos para responder, com as ferramentas que eles têm, à situação que estamos enfrentando hoje, com casos importados, mas também para se preparar para amanhã, com a possibilidade de surtos localizados ou transmissão comunitária”, afirmou Carissa F. Etienne, diretora da OPAS. 

Segundo ela, a Organização tem fortalecido as atividades de vigilância de seus Estados-membros para a detecção precoce de possíveis casos importados do COVID-19 e para garantir a preparação dos serviços de saúde. 29 laboratórios em toda a região estão prontos para realizar testes e diagnósticos do COVID-19. A diretora revelou que teme uma  reação exagerada da população ao surto. 

Para o vice-diretor da OPAS,  Jarbas Barbosa, ainda é cedo para projetar o futuro do vírus na região. Contudo, é muito provável que haja um crescimento no número de infectados e nos países que registram casos.

Os governos devem fazer todo o possível para se preparar para um eventual surto: o tempo é crítico.

Mudança de estratégia também na África

Com os casos de COVID-19 confirmados na Argélia, Senegal, Nigéria e África do Sul, a Organização Mundial da Saúde (OMS) mudou a forma que vem agindo no continente africano: o que antes era considerado modo de prontidão agora vira modo de resposta.

“Estamos pedindo a todos os países que invistam urgentemente na preparação para a chegada de casos e priorizem a proteção dos profissionais de saúde, indivíduos em risco e comuniquem melhor os riscos de transmissão aos seus povos. Os governos devem fazer todo o possível para se preparar para um eventual surto: o tempo é crítico”, disse  Matshidiso Moeti, Diretor Regional da OMS para a África. 

Matshidiso Moeti

Na semana passada, a OMS convocou duas reuniões para definir as estratégicas no continente:  uma em Nairóbi com a presença de representantes do Ministério da Saúde do Quênia, da União Africana e das principais agências parceiras das Nações Unidas, e outra em Dakar, com parceiros francófonos. Recentemente, foram publicadas pela OMS orientações sobre temas como medidas de quarentena, repatriação de cidadãos e preparação nos locais de trabalho.

Número crescente 

No último sábado (7), a Organização das Nações Unidas (OMS) informou que o número global de casos confirmados da nova doença do coronavírus, a COVID-19, ultrapassou 100 mil.  A OMS fez um apelo para que todos os países continuem se esforçando em limitar o número de casos e retardar a propagação do vírus, que foi identificado pela primeira vez em Wuhan, na China, em dezembro do ano passado.

Uma boa notícia 

A doença COVID-19 é transmitida de maneira muito semelhante à gripe ou resfriado comum: pelo contato cara a cara com espirros ou tosse ou pelo contato com secreções de pessoas infectadas. De acordo com as informações disponíveis até o momento, a grande maioria dos casos da doença (80%) são leves e aproximadamente 2%  dos casos podem resultar em óbito. As mortes ocorreram principalmente em pessoas idosas ou que vivem com doenças como enfermidades cardiovasculares e diabetes.

Cuidados simples

Embora a coordenação de alto nível seja vital para responder efetivamente ao COVID-19, existem várias maneiras simples para conter o avanço da doença. Isso inclui lavar as mãos regularmente com água e sabão, tossir ou espirrar em um tecido ou cotovelo dobrado, certificando-se de descartar o tecido com segurança depois. É importante também manter uma distância social de pelo menos um metro, principalmente se a pessoa estiver tossindo ou espirrando; evitando tocar nos olhos, nariz e boca; e procurar atendimento médico cedo se uma pessoa desenvolver febre, tosse ou dificuldade em respirar.

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