O potencial da Área de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA) foi o tema do Dia da Industrialização da África, celebrado nesta quarta-feira (20). Em mensagem oficial, o secretário-geral da ONU, António Guterres, diz que o acordo “impulsionará a transformação econômica regional e o desenvolvimento sustentável.”

Para ele, o continente está crescendo mais do que média mundial, mas precisa crescer ainda mais. “O desenvolvimento industrial tem uma importância crítica para o crescimento econômico sustentável e inclusivo nos países africanos”, revela.

Guterres também afirmou que o setor da manufatura está crescendo mais rapidamente no continente do que a média mundial, mas que o ritmo de crescimento “precisa ganhar ainda mais velocidade.”

António Guterres pede ainda que os países “adotem uma abordagem completa para sua política industrial.” Segundo ele, devem ser usadas parcerias e estratégias de industrialização que criem oportunidades econômicas e tenham em conta a mudança climática.

Em 2016, a Assembleia Geral aprovou uma resolução declarando o período entre 2016 e 2025 como a Terceira Década Industrial para África.

Guterres diz as Nações Unidas continuam empenhadas em ajudar nesses esforços. O continente tem o apoio da organização para alcançar os objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e a Agenda 2063 da União Africana.

AfCFA: oportunidade para crescimento

Assinada por 44 países-membros, a Área de Livre Comércio Continental Africana (AfCFA) criou um mercado de mais de US$ 3 trilhões e uma base de consumidores de mais de 1,3 bilhão de pessoas. O tratado deve dobrar o setor de manufatura no continente até 2025.

Atualmente, o comércio entre países africanos representa apenas 15% do total de bens negociados na região. Esse valor compara com cerca de 47% entre países das Américas, 61% da Ásia e 67% da Europa, segundo dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).

A Unctad diz que se o novo acordo for totalmente implementado, o Produto Interno Bruo (PIB) da maioria dos países africanos poderá aumentar entre 1% e 3%.

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