O segmento de viagens e turismo contribuiu com 8,5% para o PIB africano em 2018, o equivalente a US $ 194,2 bilhões. Este recorde de crescimento colocou o continente como a segunda região de turismo que mais cresce no mundo, atrás apenas da região Ásia-Pacífico. As mudanças de leis para acesso a vistos e as novas melhorias nas facilitações para transitar entre países, estão entre as causas deste crescimento. As informações são de um estudo desenvolvido pela plataforma nigeriana de e-commerce Jumia.

56% das viagens registradas no ano passado são domésticas. Porém, a  África continua a receber muitos turistas internacionais, e esse número vem aumentando. Em 2018 o continente africano recebeu 67 milhões de turistas internacionais registrando um aumento de mais de  7%. 2017 registrou 63 milhões de chegadas enquanto 2016 atingiu a marca de 58 milhões.

A chefe de viagens de Jumia, Estelle Verdier, observa que a implementação da Área de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA)  deverá aumentar ainda mais as viagens domésticas. “Para obter todos os potenciais ganhos, será necessária a cooperação de todos os participantes do setor. Os governos devem estar dispostos a eliminar os requisitos de visto para os cidadãos africanos que viajam para seus países”, avalia. “Os ministérios e outras organizações parceiras responsáveis ​​devem criar campanhas que promovam seus destinos de viagens locais e ofertas de turismo para atrair mais viajantes regionais, conta. 

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Industria de aviação

A facilitação de vistos em diversos países africanos continua sendo um grande impulso para as indústrias de turismo e aviação. Um grande exemplo é o caso da Etiópia, que com políticas de relaxamento de vistos combinada com um sistema de transporte regional aprimorado, fizeram do país o que mais cresce em termos de viagens no continente, crescendo 48,6% em 2018 e movimentando US $ 7,4 bilhões.

“Muitos líderes do governo africano estão agora comprometidos em tornar as viagens entre países africanos mais fáceis e mais acessíveis. Um exemplo é a criação do programa Visa para a África Oriental, que permite aos viajantes solicitar um visto on-line antes de visitar Uganda, Ruanda e Quênia. Tais colaborações são visionárias”, afirmou Sthembiso Dlamini, diretor executivo interino da South African Tourism.

Enquanto o tráfego de passageiros da África aumentou dentro do continente, a participação dos africanos no mercado mundial foi de apenas 2,1%, um pouco abaixo dos 2,2% registrados em 2017. O relatório atribui essa tendência à alta concorrência de outras regiões, como a Ásia-Pacífico. No entanto, a participação da África no mercado global de turismo têm estimativa de crescimento de 4,9% ao ano para os próximos 20 anos.

a participação da África no mercado global de turismo têm estimativa de crescimento de 4,9% ao ano para os próximos 20 anos

A Emirates lidera as lista das companhias aéreas que mais geram mais receita no espaço aéreo africano. A empresa faturou em 2018  cerca de US$ 837 milhões e opera vôos para destinos populares como Joanesburgo, Cairo e Cidade do Cabo. A rota aérea mais lucrativa da África entre abril de 2018 e março de 2019 foi de Joanesburgo a Dubai, gerando US $ 315,6 milhões em receita.  

Angola Airlines e a South African Airways, duas estatais, foram as únicas duas companhias aéreas africanas que chegaram às dez principais rotas aéreas de maior receita da África no mesmo período. Respectivamente, as duas companhias aéreas geraram US $ 231,6 milhão na linha Luanda-Lisboa e US$185 milhões entre Cidade do Cabo e Joanesburgo.

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