O diplomata Antonio Patriota será o novo embaixador do Brasil no Cairo. Patriota foi chanceler no governo da ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff de 2011 a 2013. Depois, ocupou o cargo de embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU) e, mais recentemente, de embaixador em Roma.

“O Egito é um país que vem crescendo a taxas elevadas há alguns anos, se modernizando com vários projetos ambiciosos, inclusive com uma nova capital administrativa. E com a entrada em vigor do acordo Mercosul-Egito, temos todo um campo a ser explorado. O Egito já se transformou no principal parceiro comercial brasileiro na África e no mundo árabe”, afirmou  Patriota durante um encontro com lideranças da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo, essa semana como parte da agenda preparatória para assumir a embaixada. 

Patriota demonstra acreditar no bom andamento das relações do Brasil com os árabes em geral, tendo em vista a viagem que o presidente Jair Bolsonaro fará à região no final deste mês, a visita que a ministra Tereza Cristina realizou e a perspectiva da vinda do secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, ao Brasil, em 2020. “Essas movimentações são positivas e sinalizam o interesse de uma relação próxima em busca do benefício mútuo, mas também do respeito recíproco”, afirmou.

Comércio como prioridade

Apesar da disposição para cuidar de todas as áreas que envolvem a relação Brasil-Egito, o diplomata declarou que quer dar atenção prioritária ao comércio. “Toda a agenda de parceria econômica-comercial vive um momento muito promissor com a entrada em vigor do acordo Mercosul-Egito em 2017”, afirmou Patriota, citando ainda outros fatos que deram impulso às relações comerciais entre os dois países, como o crescimento do intercâmbio econômico nos últimos anos.

Patriota afirmou ter um gosto pessoal pelo desenvolvimento da agenda diplomática e política, e percebe o Egito como o coração do Oriente Médio e do mundo árabe. O país ocupa atualmente a presidência da União Africana, além de sediar a Liga Árabe. “Será um posto muito interessante de observação das dinâmicas de uma das partes mais complexas do cenário internacional”, afirma ele.

ALÉM DA ONU E EM ROMA, ELE FOI TAMBÉM EMBAIXADOR EM WASHINGTON.

O ex-chanceler espera contribuir, com seu trabalho, para que haja um maior conhecimento recíproco cultural e das sociedades, e dar atenção a questões consulares. “Temos alguns desafios também, brasileiros vivendo no Egito, alguns enfrentam dificuldade, queremos dar uma atenção diferenciada”, afirma.

Trajetória 

O diplomata ajudou a organizar a primeira edição da Cúpula América do Sul-Países Árabes (Aspa), em Brasília, em 2005. “Gostaria de continuar a trabalhar nesse espírito, de desenvolvimento das relações em todos os âmbitos e de esclarecimentos de posições e intenções sempre que for necessário de forma a preservar a amizade e o bom entendimento”, afirmou ele à ANBA.

Em dezembro, Antonio Patriota completa 40 anos de carreira diplomática, mas nunca serviu na África ou Oriente Médio.

Na extensa carreira, Patriota esteve próximo de muitos diplomatas e lideranças egípcias, entre eles o atual ministro de Relações Exteriores, Sameh Shoukry, o ex-chanceler  Nabil Fahmy, que é reitor da Escola de Assuntos Globais e Políticas Públicas da Universidade Americana no Cairo, e o ex-secretário-geral da Liga Árabe, Amr Mussa. “Já chego no Cairo com alguns amigos que me ajudarão a entender melhor toda a região”, diz.

Com informações da Agência de Notícias Brasil Árabe

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