O Brasil vai sediar pela primeira vez o Fórum Mundial de Produtores de Café (WCPF, na sigla em inglês). O Evento vai ser realizado nos dias 10 e 11 de julho, na cidade de Campinas, no Estado de São Paulo. O evento acontece em meio a um cenário de queda dos preços do produto no mercado internacional.

Criado em 2017, o evento é um ambiente para discutir a agenda dos produtores do grão, para garantir a sustentabilidade do setor, que compreende 25 milhões de famílias ao redor do mundo.

Atualmente, o setor enfrenta inúmeros desafios, como a sustentabilidade econômica dos produtores, os níveis de produtividade das lavouras e a volatilidade do preço nos mercados internacionais. Além disso, está previsto um aumento de demanda para mais de 50 milhões de sacas nos próximos 15 anos.

“Toda a cadeia, da fazenda à xícara, continuará enfrentando os muitos desafios que se apresentam à produção cafeeira, o que só pode ser feito através da cooperação construtiva entre todos os elos”, comentou Silas Brasileiro, do Conselho Nacional do Café do Brasil.

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Durante o evento também serão discutidas ações para aumentar o consumo de café no mundo. O Brasil é uma referência no setor. O consumo de café no país cresce cerca de 3,5% ao ano. O Brasil também é responsável por 16% do consumo global.

Números expressivos

O Brasil também é o maior produtor e maior exportador de café do mundo. As exportações atingiram 34 milhões de sacas na última safra, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). O volume foi 30,4% maior do que na safra anterior. Só em 2019 já foram exportadas 13 milhões de sacas. O número é o melhor dos últimos 5 anos.

Os cafés diferenciados são os principais responsáveis pelos bons resultados. De janeiro a abril foram embarcados 2,5 milhões de sacas, o que representa um aumento de 43,4% se comparado com o mesmo período do ano passado.

EUA, Alemanha e Japão são os principais consumidores dos cafés diferenciados produzidos no Brasil.

Entre os convidados do WCPF está o economista americano Jeffrey D. Sachs. Ele vai apresentar o estudo sobre a Análise Econômica e Política para melhorar os rendimentos dos pequenos produtores de café.

Grandes expectativas

A primeira edição do WCPF foi realizada em julho de 2017, em Medellín, na Colômbia. “O primeiro fórum despertou a conscientização e o interesse de todas as partes interessadas em garantir a sustentabilidade econômica dos cafeicultores em todo o mundo e encontrar maneiras de ter uma cadeia de valor sustentável, da fazenda à xícara. O segundo Fórum levará esse diálogo ao próximo nível”, espera Juan Esteban Orduz, da Federação de Cafeicultores da Colômbia.

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