Usando o Twitter, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, declarou que vai propor alguns estudos para comprovar a eficiência científica do tratamento de queimados com a pele da tilápia. No post, ele destacou que mais de um milhão de pessoas por ano sofrem de queimaduras no Brasil e que “a pele de tilápia tem se revelado excelente neste tratamento”.

“O reconhecimento, por parte do Presidente da República, animou os pesquisadores, que sonham com a distribuição do produto pela rede pública de saúde, beneficiando gratuitamente as vítimas de queimaduras. Atualmente, empresas nacionais e internacionais já se encontram em tratativas, buscando o registro nos órgãos competentes para posterior comercialização”, comemora o cirurgião plástico Edmar Maciel, presidente do Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ).

“Atualmente, o projeto conta com 168 pesquisadores e colaboradores no Brasil e no exterior, sendo seis estados brasileiros e três países (Estados Unidos, Colômbia e Alemanha)”, comemora Edmar Maciel, do IAQ. A etapa atual abrange 38 projetos de pesquisa e ganhou oito prêmios em congressos científicos.

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Dr. Edmar Maciel (Foto: Marcos Moura / PMF)

A ideia de utilizar a pele de tilápia como curativo surgiu em 2011, com o cirurgião plástico pernambucano, Marcelo José Borges de Miranda. Em 2014, ele foi convidado a desenvolver o estudo no Ceará, sob a coordenação do médico Edmar Maciel, junto ao Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM), da Universidade Federal do Ceará (UFC), presidido pelo pesquisador Odorico Moraes. Em fevereiro de 2015, a ONG Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), que realiza, gratuitamente, a reabilitação física e psíquica de vítimas de queimaduras, realizou convênio com a Enel, empresa de distribuição de energia elétrica no Ceará, para o financiamento do projeto.

A fase Pré-Clínica (laboratório e animais) foi concluída em 18 meses, num total de 12 etapas. Posteriormente vieram as Etapas Clínicas I, II e III, em humanos queimados, desenvolvidas no Hospital Instituto Dr. José Frota, em Fortaleza (CE), que foram encerradas com excelentes resultados.

Além das queimaduras, foram realizados estudos na reconstrução de vagina, em mulheres portadoras de agenesia vaginal, e estudos estão sendo realizados em âmbito veterinário, em úlcera varicosa e na Odontologia. Os pesquisadores também conseguiram extrair o colágeno da pele de tilápia para usos cosmético e nutracêutico, e outros produtos estão sendo desenvolvidos em várias áreas da Medicina, como cirurgia cardíaca, neurocirurgia, endoscopia, otorrino e urologia, entre outras, que ainda demandam testes em animais.

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