Para integrar a África, é preciso derrubar os muros”. Foi com essa frase que Akinwumi Adesina, presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB, em inglês), deu início a edição 2019 do Encontro Anual da Organização. Com o tema “Integração Regional para Prosperidade Econômica da África”, o evento acontece em Malabo, capital da Guiné Equatorial, até a próxima sexta-feira (14).

O Encontro Anual do Banco Africano de Desenvolvimento acontece justamente quando a proposta da Área de Livre Comércio no continente atingir quórum mínimo para entrar em vigor. “Separada e dividida, a África está enfraquecida. Juntos e unidos, a África será imparável”, argumentou o presidente do banco.

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O presidente da Guiné Equatorial, Obiang Nguema Mbasogo, também argumentou que desenvolvimento não significa apenas aumentar os rendimentos per capita da população, é preciso garantir que todos tenham oportunidades dignas. “A Guiné Equatorial está aberta para negócios. Estamos comprometidos com a integração regional para a prosperidade compartilhada”, disse.

Durante a semana do encontro, o Banco espera receber mais de duas mil pessoas, entre chefes de estado, ministros, investidores, entre outros representantes de mais de 50 países.

Novidades tecnológicas

O Banco Africano de Desenvolvimento anunciou durante o início do encontro que está lançando um fundo que aplicará US$ 100 milhões em doações e US$ 300 milhões em forma de dívida dos recursos de capital ordinário do banco até 2030. Com a ação, se espera que 320 milhões de africanos possam ter acesso a serviços financeiros digitais.

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Segundo estatísticas do banco, a quantidade de africanos com contas em bancos ainda é inferior a 50%. A ação, chamada de “Instrumento Digital de Inclusão Financeira da África” (ADFI, em inglês) pretende criar um sistema de pagamento digital interoperável que permitirá aos consumidores enviar e receber dinheiro entre carteiras digitais, e dessas carteiras para outras contas digitais e bancárias.

“Com a ADFI, estamos convencidos de que nossos esforços conjuntos podem contribuir de forma eficiente para derrubar as barreiras que ainda prejudicam todo o potencial do financiamento digital na África. Melhorará a prestação de serviços financeiros digitais de qualidade e responsáveis para os desfavorecidos, uma pedra angular para sistemas financeiros inclusivos e sustentáveis”, disse Sébastien Minot, Vice-Chefe do setor africano da Agência Francesa de Desenvolvimento, uma das investidoras do projeto.

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