Especializada em cooperação bilateral, a DIMA está expandindo seu raio de atuação para a América Latina e para os países do Golfo. Fundada pela empresária brasileira Luana Ozemela, a empresa é sediada no Qatar Financial Centre, centro financeiro em Doha.  Acrônimo para Development Impact Managers & Advisors, a DIMA atua na área de consultoria de gestão. “Nosso objetivo é prover serviços tanto para empresas brasileiras que querem fazer negócios com o Catar e no Catar, quanto investidores catarianos que estão buscando oportunidades de investimento no Brasil”, explica Ozemela. 

A empresa oferece serviços de facilitação. Entre eles, a cooperação para o desenvolvimento, para governos latino-americanos que querem fazer parcerias com o Catar, como transferência de conhecimento e projetos bilaterais em comum. “Nós temos como suprir essa demanda regional”, adianta.  “Nós fazemos a implementação de iniciativas e estruturação de projetos visando desenvolvimento com impacto em ambas economias, ou um grupo de economias interessadas em fazer negócios juntos”, explicou.

Luana Ozemela durante o Fórum Brasil África 2019

Segundo Ozemela, a DIMA tem uma equipe de seis pessoas em Doha que trabalha sob demanda de projetos. “Se temos uma demanda de exposição, por exemplo, um Brasil Expo no Catar, expandimos a equipe conforme os projetos que chegam até nós”, explica. “Se uma empresa brasileira se aproxima querendo fazer negócios com o Catar, com Dubai, nós temos como criar inteligência de negócios em outros mercados fora do Catar, nos países do Golfo, para isso nós não temos limitações. Temos clientes latino-americanos que querem fazer negócios na região, porque o Catar está muito bem posicionado, no coração do Golfo. Num raio de três mil quilômetros existem 25 economias ao redor do Catar”.

Trajetória 

Brasileira de Porto Alegre, Ozemela estava trabalhando em Washington, nos Estados Unidos, quando conheceu o marido, o nigeriano Ugo Ozemela. Ela trabalhava no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Ele em uma empresa de petróleo norte-americana. Ele foi morar em Doha a trabalho há quatro anos, e ela, há dois, continuando a trabalhar para o BID.

“Já tive negócios no Brasil, abri uma empresa de TI com 18 anos, mas no Catar é diferente”, conta. “A lei catariana exige uma participação majoritária de um sócio nativo. Até encontrar o caminho das pedras de como estabelecer um negócio em que eu tivesse a liberdade de poder tomar decisões demorou um pouco de tempo”.

Foi por meio de contatos com o Qatar Financial Centre que Ozemela encontrou uma solução. “Eu conheci uma diretora executiva da empresa e ela me falou sobre a possibilidade de abrir uma empresa 100% minha, através de uma zona franca como o Qatar Financial Centre. Obviamente não foi tão fácil, mas no final das contas foi um processo de muito aprendizado e agora estamos estabelecidos lá com um mundo de oportunidades”, lembra.

Ozemela é doutora em Economia da Discriminação, que abrange a economia de gênero e racial, e desenvolve trabalhos com impactos sociais no Catar, Brasil e Nigéria com populações menos favorecidas, como mulheres, afrodescendentes e indígenas.

Agenda no Brasil 

Luana Ozemela cumpriu uma agenda em São Paulo nos dias 13 e 14 de novembro, quando participou do Fórum Brasil África 2019. Na ocasião, liderou um painel sobre o cenário de comércio internacional de agricultura produtiva. Lá, ela encontrou com outros empresários e órgãos brasileiros para falar sobre as oportunidades para o Brasil, e sobre sua preocupação em promover igualdade de gênero no mundo dos negócios. Na sequência, Luana visitou a Câmara de Comércio Árabe Brasileira, onde se reuniu com o secretário-geral Tamer Mansour.

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