Eu sempre fui fascinado por histórias. É uma das razões pelas quais, no ensino médio, descartei a física, a química e a matemática em favor da literatura e da história. A decisão serviu-me bem na minha carreira de mídia e comunicação.

Eu percebi desde cedo – para citar o poeta Muriel Rukeyser – que “o universo é feito de histórias, não de átomos”.

A verdade é que as histórias não são carregadas com dados concretos, mas sim com algo mais poderoso: dados emocionais. É por isso que nos lembramos de boas histórias muito depois de ouvi-las pela primeira vez.

Jesus foi um mestre contador de histórias. Aos 12 anos, ele teologicamente confundiu os professores no templo. Mas foi sua capacidade de contar histórias que agitaram profundamente as almas daqueles que o seguiram. Ele tecia elementos familiares que seu público podia relacionar em suas histórias – pastos, colinas, fazendeiros, ovelhas, petróleo e lâmpadas, moedas, bandidos e ladrões de estradas, etc.

Em workshops, seminários ou conferências sobre falar em público ou comunicação, meu conselho é sempre simples. “Não complique sua apresentação. Conte histórias. Seu público agradecerá e lembrará de você por isso. ”

Seja no jornalismo, em palestras públicas ou em apresentações de negócios, os palestrantes mais eficazes contam histórias. O que os diferencia é uma compreensão inata das necessidades de seus públicos. Eles sabem como se conectar em um nível emocional e sensorial, ao invés de um cerebral. Como eles fazem isso? Histórias

A lenda esportiva e empreendedora Magic Johnson, o homem mais rico do mundo Jeff Bezos, o fundador da Virgin Atlantic, Richard Branson, e o advogado pan-africanista queniano Patrick Lumumba, se distinguem por suas incríveis habilidades de contar histórias. Eles se conectam em um nível poderoso e emocional quando falam.

Por que as histórias são importantes e tão poderosas?

Simplesmente porque a tradição oral tem sido parte de nosso DNA por milênios. Somos viciados em histórias, especialmente em um mundo digital de mídia social dominado pelo Instagram, Twitter, WhatsApp e Facebook. E porque as histórias ajudam a trazer questões para um foco nítido.

Histórias também são importantes porque cada um de nós está procurando respostas. Nos conectamos com histórias apropriadas e autênticas que nos ajudam a construir laços e pontes. Histórias nos ajudam a reconhecer que nossas próprias experiências não são necessariamente únicas. As histórias nos ajudam a entender que não estamos sozinhos enquanto navegamos nessa jornada chamada vida.

Boas histórias devem sempre ter três elementos principais:

  • Honestidade, autenticidade e vulnerabilidade: O público pode dizer uma mentira de uma milha de distância. Suas experiências únicas de vida o prepararam bem. Conte suas histórias.
  • Inspiração: A vida é dura. Seu discurso ou apresentação deve ser um elevador e não um fardo. Dê ao seu público algo em que acreditar. Inspire-o a querer mudar seu mundo, uma vida por vez.
  • Lição clara: Antes de fazer sua palestra ou apresentação, pergunte-se: “qual é a principal conclusão? Qual é a lição que quero que meu público deixe? É claro e fácil de entender? Minha lógica é sequencial? A história se encaixa nas circunstâncias e necessidades do público? Isso ressoa?

Como Platão disse uma vez, “aqueles que contam histórias governam a sociedade”.

Histórias nos fazem rir. Eles nos fazem chorar. Eles ajudam a mudar a maneira como pensamos, percebemos e agimos. Eles esclarecem e fornecem novos insights. Eles ensinam valores e transmitem a sabedoria antiga. As revoluções mudaram as nações por causa do poder das histórias em mudança de narrativa.

Mais importante ainda, as histórias transcendem a mente e falam profundamente ao coração.

Sua história autêntica é seu poder.

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