“A COVID-19 é o maior teste que enfrentamos juntos desde a formação das Nações Unidas”, declarou, nesta terça-feira (31) António Guterres, Secretário Geral da Organização das Nações Unidas.

A declaração foi feita durante o lançamento de um plano de ação para combater os impactos socioeconômicos potencialmente devastadores da pandemia de COVID-19.

Responsabilidade compartilhada, solidariedade global: respondendo aos impactos socioeconômicos da COVID-19” é o título do relatório publicado pela ONU. O documento descreve a velocidade e a escala da pandemia, a gravidade dos casos e as perturbações sociais e econômicas provocadas por ela, trazendo possíveis soluções.

Estimativas sombrias

O relatório inclui estimativas de várias agências da ONU. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 5 milhões a 25 milhões de empregos serão perdidos no mundo este ano.

A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) projetou uma queda de 30% a 40% nos fluxos globais de investimento estrangeiro direto, enquanto a Organização Mundial de Turismo (OMT) registrou um declínio de 20% a 30% nas chegadas internacionais.

Enquanto isso, a União Internacional de Telecomunicações (UIT) antecipou que 3,6 bilhões de pessoas não terão acesso à Internet, e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) previu que 1,5 bilhão de estudantes ficarão fora da escola.

O relatório pede uma resposta multilateral abrangente, coordenada e em larga escala que represente pelo menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) global.

+ Leia o documento na íntegra clicando aqui (disponível em inlgês)

António Guterres

Novo paradigma

Apesar do cenário pessimista, Guterres observou que a ONU está “totalmente mobilizada” e está estabelecendo um novo Fundo Fiduciário para a Resposta e Recuperação frente à COVID-19, formado por múltiplos parceiros, para responder à emergência e promover a recuperação após o choque socioeconômico.

Citando a Agenda 2030 e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), ele sustentou que a recuperação deve levar à construção de economias mais inclusivas e sustentáveis, mais resistentes ao enfrentar pandemias, mudanças climáticas e os demais desafios globais.

“O que o mundo precisa agora é de solidariedade”, enfatizou o secretário-geral da ONU. “Com solidariedade, podemos derrotar o vírus e construir um mundo melhor.”

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