Mais de 400 oficiais da polícia de vários países compoem a Missão da ONU na República Centro-Africana, a MINUSCA. Quase um terço desse efetivo é formado por mulheres. Apenas uma delas é brasileira. Darilene Monteiro, cabo da polícia Militar do Pará, tenta ajudar o país a se reerguer um ano após a assinatura de um acordo de paz entre o governo e 14 grupos armados. 

“Eu trabalho no distrito 8 em Bangui. Nós trabalhamos com patrulhas nas diversas comunidades, onde nós temos a oportunidade de conversar com as pessoas, conhecer seus problemas, suas necessidades, suas dificuldades e nós estamos ali justamente para oferecer esse apoio social”, conta Darilene.

Darilene Monteiro. Imagem: Polícia Militar do Pará

Para a oficial, as questões de gênero são colocadas de lado quando está realizado seu trabalho. “A mulher consegue desenvolver seu trabalho com a mesma eficácia que os homens. A presença feminina favorece ações estratégicas na prevenção de conflitos e ações menos violentas nas negociações sobre conflitos e na ordem proteção de civis”, revela.

Darilene foi convocada para a missão de paz em dezembro do ano passado. Em 2018 ela participou de uma rigorosa seleção no Rio de Janeiro, onde foram avaliadas as habilidades de direção veicular, de tiro e de língua estrangeira – ela tem formação em letras, com habilitação em língua francesa, o idioma oficial da República Centro-Africana. Depois,  entre abril e junho de 2019, ela foi submetida a um estágio preparatório.

Na República Centro-Africana ela mora em um condomínio onde residem seus colegas agentes da missão da ONU. Durante o trabalho, ela atua na proteção de civis e de pessoas mais vulneráveis à violência.  Algo semelhante ao que viveu durante 8 anos atuando no Batalhão de Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas (Rotam).  

Na folga, ela tenta matar a saudade da família que ficou no Brasil: o filho de 4 anos e o marido, também policial. “Conversamos todas as noites por chamada de vídeo e eu sei lidar com a distância, pois nós sempre costumamos viajar por conta das  missões das unidades em que nós atuamos’’, diz.

Darilene com seus colegas da MINUSCA

O trabalho de Darilene na missão da ONU só termina em janeiro de 2021. Outras oito mulheres do Brasil  devem ser convocadas ao longo deste ano. No total, 52 brasileiros foram escolhidos para ingressar a mesma missão.

Chamadas de capacetes-azuis, as forças das Nações Unidas protegem civis, apoiam e capacitam as forças de segurança  em terras centro-africanas desde 2014. A participação da equipe da ONU na reconstrução do país é estratégica, um vez que o povo local vem sofrendo com conflitos armados, instabilidade política, fome e pobreza há pelo menos uma década. No final de 2020 serão realizadas eleições presidenciais e legislativas.

Com informações das ONU e Polícia Militar do Pará

Share:

administrator