Arte Iorubá- divulgação: MASP

A Casa de Herança Oduduwa recebe a partir do mês de Agosto uma exposição de peças milenares da cultura iorubá. A mostra de arte será reconhecida como a maior coleção de arte Iorubá fora da África.

A iniciativa surgiu através de uma campanha protagonizada pelo então Rei de Ifé, da Nigéria, Adeyeye Babatunde Ogun Husi com o objetivo de integrar os povos iorubás espalhados pelo mundo. O rei é considerado a autoridade máxima tradicional e religiosa do povo iorubá que originariamente habitava o Reino de Ketu e o Império do Oyó, atual Benin e Nigéria. A campanha se estendeu para o Brasil a partir do momento em que Oni de Ifé (língua iorubá) recebeu uma mensagem do Brasil onde aparecia o monumento de Zumbi de Palmares que por coincidência apresentava fortes semelhanças com as feições do próprio rei.

A forte admiração e semelhança com traços de povos iorubás  rendeu uma visita do Rei de Ifé ao Brasil no ano passado, nas cidades do Rio de Janeiro e Salvador, visita esta que firmou uma parceria entre o Brasil e a Nigéria para a criação da Casa da Herança Oduduwa. Logo após a visita, o Rei decidiu enviar para o Brasil as peças originais do acervo milenar da cidade sagrada.

O Rei de Ifé e Nilcemar Nogueira da Secretária Municipal de Cultura, assinam parceria. Foto: Divulgação/Secretaria Municipal de Cultura – SMC

A importância do Brasil receber a maior coleção de arte iorubá fora da África consiste no fato do país ter recebido uma grande quantidade de povos iorubás durante a época colonial e mesmo assim desconhecer essa herança histórica. O objetivo de exposição é reforçar os laços entre os afrodescendentes do Brasil com a cultura iorubá da Nigéria numa perspectiva de intercâmbio cultural, científico e espiritual.

O rei de Ifé e líder do povo iorubá, na Nigéria, participa de evento inter-religioso no Cristo Redentor.
Foto: Tomaz Silva, Agência Brasil.

A Casa da Herança Oduduwa foi fundada pelo Bàbálórìsà Adesiná Síkírù Sàlámì, o Babá King, filho de uma importante linhagem real na Nigéria e sacerdote iorubá que reside há décadas, no Brasil. A casa é um local para exposições, aulas de língua iorubá, centro de estudos e teatro.

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