A convite de Filipe Nyusi, presidente moçambicano, o Secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, visita Moçambique no dia 11 de julho. O secretário se reunirá com autoridades locais para fazer um apanhado dos abalos que os ciclones Idai e Kenneth causaram na região. Nesta visita também será promovido um encontro de Guterres com sobreviventes dos desastres naturais que acometeram parte da África. 

A visita do Secretário-geral será em Maputo, capital do país, e em Beira, que foi um dos pontos mais atingidos pelas tempestades tropicais. Nesta localidade, Guterres encontra-se com sobreviventes e organizações que estão apoiando a reconstrução das cidades atingidas pelos ciclones. A autoridade também visitará centro de reassentamento para os que foram, de alguma forma, prejudicados pelos desastres. 

As Nações Unidas apoiam a iniciativa humanitária que engloba centenas de funcionários de diferentes nacionalidades que ajudam na reconstrução das cidades e apoio à população. Por meio de doações internacionais, Moçambique arrecadou cerca de 1,2 bilhão de dólares, mas está distante da solicitação, de 3,2 bilhões de dólares feita pelo país.

Tempestades tropicais Idai e Kenneth

O Idai deixou um rastro de destruição na cidade de Beira, em Moçambique (Foto: Josh Estey/CARE via AP)

No dia 14 e 15 de março, Moçambique, Zimbabwe e Malawi foram atingidos pelo ciclone tropical Idai. O desastre natural matou cerca de mil pessoas, e mais de quatro mil foram acometidas com cólera. Moçambique foi o país mais devastado por essa tempestade, que praticamente destruiu a cidade de Beira, segunda maior do país. Após um mês, em 15 de abril, o país africano foi atingido pelo ciclone Kenneth, ele deixou um rasto de destruição nas ilhas de Comores, em seguida foi em direção a província de Cabo Delgado. 

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Além das mortes registradas, casas, que antes abrigavam famílias, foram reduzidas a escombros. O sistema de comunicação e a energia elétrica das áreas atingidas também foi prejudicado. Por conta disto, o Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), estima em 2,2 milhões de pessoas que vivem em Moçambique precisam de ajuda humanitária.

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), não existem registros que comprovam a existência, em Moçambique, de duas tempestades dessa magnitude em um intervalo mínimo de tempo, ou seja, este foi um acontecimento sem possibilidade de previsão.

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