Paulo Diego, de 31 anos, partiu do Brasil em 2014 com mais três amigos para Cabo Verde. Seu intuito era conhecer mais da cultura, apreender o crioulo cabo-verdiano, e identificar comunidades e áreas que poderia ajudar. A viagem foi mais um passo depois de um longo período de planejamento da organização cristã Missão Vida em Foco.
Foto: ONG “Vida em Foco” em Cabo Verde
Missionário há 8 anos – sendo 6 deles em Cabo Verde – Paulo Diego entrou em contato com a organização em 2009 a convite de um amigo. “Aqueles dias foram marcantes na minha vida, aprendi muitas coisas novas, impactantes, e a cada dia que passava eu tinha a certeza e a convicção de que Deus estava me chamando para missões”, ele compartilha. Anos mais tarde, Paulo Diego ajudou a fundar e se tornou presidente da missão na nação africana. De família católica, ele virou protestante ainda na adolescência e diz sempre ter recebido muito apoio.
Hoje, casado e pai de um menino de 9 meses, ele diz que não pretende sair de Cabo Verde. “Tem muita coisa para se fazer ainda”, afirma. Ele fala em“Ampliar o nosso jardim infantil e abrir uma escola de ensino fundamental em uma comunidade carente chamada Salina”. Ele afirma ainda que sonha em inspirar o trabalho de missionários em outros países da África.
Paulo Diego ao lado de sua esposa Jade e o filho do casal, Benjamin, Foto: Arquivo pessoal
A Missão vida em Foco surgiu com o objetivo de mobilizar cristãos do Brasil e do exterior para prática de sua religião com foco desenvolvimento sustentável e social dos países que visitam. Foi fundada em 2004 por dois casais de missionários de Fortaleza.
ATLANTICO – Como você se tornou missionário?
Paulo Diego – No ano de 2009, um amigo me convidou para fazer uma escola de missões urbanas. Eu não tinha ideia do que era uma missão e como se faziam missões. Na verdade, eu não estava nem aí para isso. Mas sabia que havia um momento de oração e meditação. Foi isso que me atraiu, pois eu precisava desse tempo. A escola tinha 16 alunos, todos envolvidos com alguma coisa na igreja e eu era o único que não fazia nada. Aqueles dias foram marcantes na minha vida, aprendi muitas coisas novas, impactantes, e a cada dia que passava eu tinha a certeza e a convicção de que Deus estava me chamando para missões. No ano de 2012 me tornei missionário em tempo integral. No ano seguinte, fui convidado para fazer parte da primeira equipe que iria conhecer e sondar Cabo Verde. A segunda viagem foi em março de 2014 e em agosto do mesmo ano voltamos de forma definitiva.
ATLANTICO – Como é seu trabalho em Cabo Verde?
Paulo Diego – Nós trabalhamos na cidade de Pedra Badejo, que fica na Ilha de Santiago. Trabalhamos com cerca de 300 crianças e adolescentes de duas comunidades carentes. Realizamos culto infantil, discipulados, aula de teatro, dança, aulas de música, artesanato, recreação e escolinha de futebol. Com os adultos promovemos aulas de artesanatos, cursos de capacitação para jovens, oficinas de corte e costura e damos apoio aos toxicodependentes. Além disso, fazemos treinamentos para missionários e prestamos assistência para algumas igrejas. Todos esses projetos têm o intuito de evangelizar e melhorar a condição de vida das pessoas.
Foto: ONG “Vida em Foco” em Cabo Verde
ATLANTICO – Como se deu a escolha de Cabo Verde? Há quanto tempo chegou e por qual período pretende ficar?
Paulo Diego – Quando chegamos na região em que estamos hoje e percebemos que havia uma grande necessidade. A localização geográfica de Cabo Verde também é estratégica. Em agosto de 2020 irá fazer seis anos que estou aqui e não sei quando vou voltar. Tem muita coisa para se fazer ainda.
ATLANTICO – Qual sua perspectiva sobre Cabo Verde e a África após essa missão?
Paulo Diego – Existem alguns desafios a serem vencido em Cabo Verde. Queremos ampliar o nosso jardim de infância e abrir uma escola de ensino fundamental em uma comunidade carente chamada Salina, um dos locais onde atuamos.
ATLANTICO – Como sua família lida com o fato de você ser missionário?
Paulo Diego – Meus pais são católicos praticantes. Me converti como protestante mas eles nunca se opuseram. Foi meu pai que meu deu a primeira bíblia. Quando me deu a segunda bíblia, ele escreveu: “chegou o dia da separação. A Deus nós te entregamos e confiamos que a vontade Dele é a melhor para sua vida”. Quando li isso percebi que nunca mais iria voltar para morar no lugar em que nasci.
ATLANTICO – Que conselho você daria para alguém que quer se tornar um missionário?
Missão da ONG Vida em Foco em Cabo Verde
Paulo Diego – A primeira coisa é se envolver de alguma forma em alguma missão, para ter uma experiência. Pode ser uma escola de treinamento, congresso, seminário ou uma viagem missionária, alguma coisa nesse sentido. Segundo, é necessário e bom que a pessoa sirva na igreja local. Isso não é determinante, mais isso contribui muito. O terceiro ponto é ter convicção do chamado missionário. Essa convicção virá pelas experiências missionárias, mas principalmente por meio da oração. Quarto: não seja rebelde. Seja submisso aos pastores, líderes e aos pais. Quinto: faça por amor a Cristo e ao próximo.
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