Angola terá o primeiro curso de doutorado em Relações Internacionais, graças a uma parceria entre  a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e o Instituto Superior de Relações Internacionais de Angola (ISRI). O projeto, chamado de Doutorado Interinstitucional Internacional (Dinter), tem a universidade brasileira como responsável por formar, em Angola os primeiros doutores na área.

A iniciativa partiu do governo angolano e se destina a formar pesquisadores, docentes, diplomatas e outros profissionais de alta qualificação em Relações Internacionais. 

A parceria também capacita o próprio ISRI quanto às questões acadêmicas e administrativas para o funcionamento de um curso de pós-graduação em nível de doutorado. Isso vai possibilitar que o órgão angolano coordene a oferta de próximas turmas e gerenciar o próprio programa.

O convênio entre as duas instituições foi assinado em dezembro e o projeto do curso já foi concluído. O início das atividades está previsto para o primeiro semestre de 2020. A primeira turma será formada por 18 doutorandos e terá cerca de dez professores da UFRGS e três do instituto angolano. 

O curso é ofertado pela UFRGS sem nenhum custo para os estudantes e para o governo angolano, que arca apenas com as despesas de passagens, diárias e hospedagens dos professores brasileiros. “A seleção, as disciplinas, o modo de avaliação e de orientação serão conduzidos exatamente como no Brasil, pois os doutorandos serão nossos alunos”, explica André Reis, professor e pesquisador da Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS. “Tudo funciona como se estivéssemos aqui, mas estaremos em Angola”.

Para ministrar as aulas e orientar os estudantes, os brasileiros viajarão para Angola de modo intercalado, para evitar prejuízo nas atividades acadêmicas no Brasil. “Cada professor permanece cerca de dez dias em Luanda e, quando um retorna, outro embarca, pois as disciplinas serão realizadas em módulos”, detalha Reis.

Turma de Moçambique

+ Além do acordo com o governo de Angola, a UFRGS já possui um acordo de  cooperação semelhante com Moçambique. A parceria deve formar 22 profissionais ainda em 2020. Esse tipo de parceria é único no Brasil na área de Relações Internacionais.

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