Começa nesta terça-feira (12) em Nairóbi a CPID 25, a Cúpula de Nairóbi. O evento acontece 25 anos depois da primeira edição, no Cairo. Na época, 179 países fizeram um chamado ao empoderamento de mulheres e meninas em todas as esferas de suas vidas, incluindo a saúde sexual e reprodutiva.

Rayanne França

O Brasil estará representado nos três dias de encontro com integrantes dos Ministérios da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos; da Saúde e das Relações Exteriores, além de representantes da Rede Brasileira de População e Desenvolvimento (REBRADP), Rede de Juventude Indígena (Rejuind) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Na pauta do evento estão ações para salvar vidas de mães, atender a demanda mundial de contracepção e combater a violência baseada em gênero contra mulheres e meninas. “Haverá uma profunda reflexão sobre os avanços conquistados nos últimos 25 anos. Esperamos que o Brasil possa reafirmar seus compromissos com esses três pontos em particular”, afirma Júnia Quiroga, representante auxiliar do Fundo de População da ONU no Brasil (UNFPA).

A delegação brasileira inclui a secretária da Associação Latino-americana de População (ALAP), Jackeline Romio, que falará sobre feminicídio e equidade racial. “É possível zerar a violência baseada em gênero ao levar em consideração as especificidades das mulheres negras”, defende.

A jovem indígena Rayanne França representará a Rede de Juventude Indígena do Brasil em um painel sobre mudanças climáticas e adaptação. “Espero posicionar a voz da juventude indígena, principalmente de mulheres e jovens indígenas, pensando na perspectiva destes povos em relação ao acesso a direitos”, afirmou Rayanne. Ela pertence ao povo Baré, grupo indígena do Amazonas.

Jackeline Romio

A Cúpula deve reunir seis mil pessoas de 160 países, entre funcionários do alto-escalão de vários governos – incluindo chefes de estado -, parlamentares e representantes de organizações não-governamentais, jovens, líderes empresariais, religiosos, intelectuais, ativistas e acadêmicos.

“Devemos redobrar nossos esforços para disponibilizar contraceptivos modernos para todas as pessoas que os queiram e os necessitem, melhorar a atenção à saúde materna e proteger as mulheres e meninas da violência baseada em gênero e das práticas nocivas como matrimônio infantil e a mutilação genital feminina”, adianta Arthur Erken, diretor de Comunicações e Alianças Estratégicas do UNFPA.

Os governos do Quênia e da Dinamarca e o UNFPA, a agência líder das Nações Unidas no âmbito da saúde sexual e reprodutiva, organizam esta Cúpula, que acontece até o dia 14 de novembro em Nairóbi.

Imagem de destaque: Junia Quiroga / Acervo Pessoal

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