Autoridades internacionais intensificam os trabalhos de combate ao crime organizado em Moçambique. Por conta de sua localização privilegiada, o país é alvo de atividades ilícitas, como o comércio de drogas e o tráfico de pessoas.

“Até os poderosos ciclones tropicais são aproveitados por grupos terroristas e de crime organizado para o comércio ilícito ou recrutamento de pessoas desesperadas que estão em busca de compensar as suas perdas”, revela o representante do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime no país, César Guedes.

Segundo Guedes, a intensidade da ação dos chamados grupos terroristas aumentou desde janeiro. A situação de segurança se agravou principalmente no norte de Moçambique, especialmente na província de Cabo Delgado. Mais de 10 pessoas foram mortas na região, somente junho. 

ONU teme ação de grupos terroristas e de crime organizado / Fonte: United Nations (UN)

A UNODC declarou que Moçambique tem tido cada vez uma maior atenção de esforços de combate à crescente ameaça do comércio ilícito na costa da África Oriental.

Em nota, emitida em Viena, a agência da ONU aponta questões como o trânsito da heroína da Ásia Ocidental pela região e a partida, dos portos moçambicanos, de recursos como marfim e madeira com destino aos mercados asiáticos.

A África Austral é considerada um pólo crescente deste fenômeno, cujas consequências são classificadas pela Unodc como  “terríveis para as economias frágeis”.

Yuri Fedotov

O diretor executivo do UNODC, Yuri Fedotov, identifica Moçambique como um país prioritário para a rápida implementação da resposta aos desafios que ameaçam a paz, a estabilidade e a segurança na região. Entre estas ameaças estão trânsito da heroína, tráfico de recursos naturais e ação de grupos terroristas.

Parceria com o governo de Moçambique

Em abril de 2019, a agência das Nações Unidas capacitou pessoal moçambicano para melhor controlar cargas em portos marítimos e aéreos. Em breve, Moçambique deve criar a Força de Interdição Conjunta de Aeroportos para aumentar a capacidade do Aeroporto Internacional de Maputo para detectar e interceptar drogas, bens ilícitos e “passageiros de alto risco, incluindo terroristas e combatentes estrangeiros”.

O chefe do Escritório Central de Prevenção e Controle de Drogas de Moçambique, Pedro Comissário, saudou os esforços e a presença do Unodc no país e reafirmou a forte disposição das autoridades para aumentar a cooperação no futuro.

+ Na semana passada, o secretário-geral das Nações Unidas visitou uma parte da região afetada pelo ciclone Idai. Durante a visita, António Guterres disse que a organização não pouparia os esforços para apoiar Moçambique na abordagem dos desafios atuais.

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