Em café da manhã com jornalistas correspondentes internacionais em Brasília, Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, afirmou priorizar relações com membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). “Estamos à disposição da embaixada, como é normal e natural, para buscarmos o aprofundamento das nossas relações”, afirmou, se referindo a Portugal.
“O ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo já está em Cabo Verde para a reunião da CPLP, e a mobilidade é uma das temáticas. A presença do chanceler lá, e não numa reunião que também tinha agendada em Buenos Aires sobre terrorismo, mostra a prioridade que o Brasil está a dar aos países de língua portuguesa e a toda a agenda em comum que temos com eles”, afirmou o embaixador brasileiro Pedro Miguel Silva, secretário de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas.
A XXIV Reunião Ordinária do Conselho dos Ministros da CPLP acontece em Cabo Verde, que atualmente preside à Comunidade, na cidade de Mindelo. A temática do encontro será “A mobilidade como fator de coesão e construção de cidadania na CPLP”.
Segundo informações da Agência Lusa, Bolsonaro e seus representantes não deram mais detalhes sobre como será essa aproximação com Portugal e demais países lusófonos. O presidente também não declarou se firmará algum acordo sobre a mobilidade entre os países da CPLP.
Declarações polêmicas
No mesmo café da manhã, Jair Bolsonaro deu uma controversa declaração sobre a fome no Brasil. Segundo o presidente, “falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira”. A declaração gerou muito debate nas redes sociais.
“Passa-se mal, não se come bem, aí eu concordo. Agora, passar fome, não. Você não vê gente, mesmo pobre, pelas ruas, com físico esquelético, como a gente vê em alguns outros países pelo mundo”, disse.
Além disso, o presidente também afirmou que o Brasil está nos últimos lugares no que diz respeito ao uso de agrotóxicos. Ambas as declaração, no entanto, entram em divergência com dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
De acordo com a Organização, o Brasil teria mais de 5 milhões de pessoas em situação de fome em 2017, e em 2013, o país liderou o ranking mundial de gastos e consumo de agrotóxicos.