Foi inaugurado nesta segunda-feira (18) o primeiro banco de leite humano de Angola. A iniciativa faz parte de uma parceria do Brasil com países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para exportar seu modelo de políticas públicas. Através dessa iniciativa, o Brasil – país que possui a maior rede de bancos de leite do mundo – deve prestar assessoria técnica em treinamento e execução de projetos em países lusófonos. Para tanto, foi inaugurada no Rio de Janeiro na semana passada a coordenação técnica da Rede de Bancos de Leite Humano da CPLP.

Campanha de conscientização pela amamentação em Brasília Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil

Os bancos de leite humano são casas de apoio à amamentação, onde mulheres recebem apoio para superar obstáculos que possam estar impedindo a amamentação. Caso isso não seja possível, pode-se obter leite para bebês sem mãe ou cujas mães não conseguem produzir leite.

João Aprígio Guerra de Almeida Foto: Somos Iberoamerica (Portal da Cooperação Iberoamerica)

A cooperação entre o Brasil e esses países começou com Cabo Verde em 2008. O modelo brasileiro também é referência para Portugal. “O Brasil tem uma trajetória de 34 anos. E apesar de a gente falar de Brasil, a nossa heterogeneidade é muito grande. E se é grande hoje, era maior ainda naquela época”, conta João Aprígio Guerra de Almeida, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e coordenador da Rede Global de Bancos de Leite Humano,. Ele ressalta que a rede brasileira foi pensada para atender a realidades diferentes e utiliza tecnologias de baixo custo.

Com a rede de bancos de leite, o Brasil vai dar assessoria técnica em questões como treinamento, escolha de equipamentos, execução de projetos e identificação das unidades de saúde ideais para as atividades. “Tudo em uma perspectiva de desenvolver competências locais e permitir que esses países tenham autonomia”, destaca. Almeida também explica que a cooperação não inclui o compartilhamento do leite propriamente dito.

Antes de Angola, o Brasil já auxiliava Cabo Verde e Moçambique de forma bilateral. “Considerando os resultados extremamente positivos da ação em Cabo Verde ao longo dos primeiros anos, considerou-se importante buscar um fórum de articulação conjunta, multilateral, para desenvolver essa iniciativa”, afirma Almeida. “É um processo muito rico, porque a gente consegue discutir com todos ao mesmo tempo os alcances e os limites. Isso amplia os horizontes e a cooperação brasileira no continente africano”, conclui.

No Brasil, há 232 bancos de leite humano em funcionamento. O programa é modelo para a cooperação internacional em 17 países latino-americanos, dois europeus – Portugal e Espanha, além da África.

O Brasil iniciou a implementação de bancos de leite em meados da década de 1980 e pôs em funcionamento a sua própria rede nacional em 1998. A expertise brasileira na cooperação internacional chamou atenção dos parceiros do Brics – acrônimo formado com as letras inicias de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa).

Saiba mais em: https://rblh.fiocruz.br/pagina-inicial-rede-blh

Com informações da Agência Brasil

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