A língua portuguesa é uma das que possuem o maior número de falantes nativos do mundo, com mais de 250 milhões. Existem 15 países lusófonos divididos entre Europa, América, África e Ásia. Escritores de algumas dessas nações participarão do Encontro de Oralidades & Escritas em Língua Portuguesa, um evento que pretende criar o diálogo entre essas distintas realidades conectadas pela língua.
O Encontro será realizado em agosto durante a Bienal do Livro do Ceará e em um dos campus da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Além de participantes brasileiros, o encontro contará com a participação de convidados vindos de Moçambique, Cabo Verde e Guiné-Bissau.
Segundo a professora da Unilab e coordenadora do encontro, Andrea Muraro, essa reunião de diferentes culturas sempre traz contribuições significativas, com a reunião entre pessoas que podem compartilhar sua arte e seus saberes. “O encontro é sempre um momento de congregar e dialogar com a diversidade”, revela.
O evento contará ainda com rodas de conversa e a realização de apresentações culturais com grupos de dança, leitura dramática e música.
Os autores africanos
Três países africanos estarão representados. De Moçambique, participará o autor Aldino Muianga, que possui as obras “A Noiva de Kebera” e “O Domador de Burros”, publicadas pela Editora Kapulana no Brasil.
Já Cabo Verde será representado pela poeta e prosadora Dina Salústio, uma das fundadoras da Associação dos Escritores Cabo-verdianos, e a cronista Vera Duarte.
Guiné-Bissau também estará representado com dois nomes: Abdulai Sila, uma das principais vozes contemporâneas da literatura do país, e Manuel Casqueiro, reconhecido por suas narrativas que recuperam a memória guineense.
“Penso que a divulgação da literatura africana em língua portuguesa vem sendo gradativa nas últimas décadas, a partir das universidades, mas também com o crescente interesse de grandes e pequenas editoras em publicar nomes de destaque, dentro desse contexto”, completa Muraro.
Outros escritores africanos
Além dos escritores participantes do Encontro de Oralidades & Escritas, a Bienal do Livro do Ceará já havia confirmado o nome de outros africanos. O moçambicano Mia Couto, terá sua obra “Terra Sonâmbula” homenageada no evento. O angolano José Eduardo Agualusa e o marroquino Abdellah Taïa também estarão no Ceará falando sobre suas obras.
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“A parceria da Bienal com a Unilab vem acontecendo em várias edições e nas duas últimas recebemos a Bienal em nosso campus e também levamos o Encontro para outros espaços de Fortaleza, o que é uma iniciativa importantíssima para que outras comunidades possam ter a oportunidade de outras vivências e leituras”, explica a coordenadora.
A Bienal acontecerá no Centro de Eventos do Ceará entre os dias 16 e 25 de agosto e o Encontro de Oralidades & Escritas será nos dias 23 e 24. Já na Unilab, o evento acontece entre 21 e 22 de agosto.
Confira mais informações no site da Secretaria da Cultura do Ceará.