O número de pessoas que precisam de assistência humanitária e proteção na República Centro-Africana saltou de 2,5 milhões para quase três milhões. Mais de 75% dos serviços de saúde são prestados por agentes humanitários. A coordenadora adjunto de emergências das Nações Unidas, Ursula Mueller, após uma missão de uma semana no país pede por aumento do financimento para atender as necessidades humanitárias da região. 

“As pessoas que conheci pediram mais acesso a serviços essenciais, como água, saúde e educação”, conta. “Neste momento crítico, os agentes do desenvolvimento precisam aumentar sua programação, enquanto os humanitários terão que continuar a prestar assistência para salvar vidas”.

Durante sua missão, Mueller visitou Bria, que fica no leste do País, bem como Alindao e Bangassou no sudeste, onde observou em algumas áreas o aumento da liberdade de movimento e acesso humanitário, criando uma nova esperança para os civis.

“Picos de violência” em áreas anteriormente não afetadas no País provocaram novos deslocamentos, de acordo com Mueller. Além disso, dois terços da população dependem de ajuda para sobreviver, mais de 70% não tem acesso a água potável e cerca de 1,8 milhão de pessoas têm insegurança alimentar.

Violência de gênero

Em média, um incidente de violência de gênero é relatado na República Centro-Africana a cada 60 minutos. 92% das vítimas são mulheres e meninas. “Elas precisam urgentemente de proteção e os sobreviventes precisam de acesso a apoio médico e psicossocial”, enfatizou Mueller.

Mueller também conheceu atores humanitários que estão fornecendo assistência para mais de 750.000 pessoas todos os meses, mesmo sendo um dos países mais perigosos do mundo para os humanitários operarem. Até o momento neste ano, três trabalhadores humanitários foram mortos e 26 foram feridos. 

O plano de resposta humanitária da República Centro-Africana de US $ 430,7 milhões para 2019 tem menos de 50% financiado. “Sem financiamento adicional, os humanitários não serão capazes de sustentar e ampliar as ações em andamento”, conclui Ursula Mueller. “As pessoas deste país precisam de nossa ajuda agora e não podemos falhar com elas.”

Share:

administrator