(David Tansey)

Às margens do rio Congo, o segundo maior do continente em extensão — perdendo apenas para o Nilo — e maior em volume de água, existe uma cidade musical e cheia de contrastes. Capital e maior cidade da República Democrática do Congo, Kinshasa é formada por uma grande aglomeração urbana com cerca de 10 milhões de habitantes. É a terceira maior cidade da África – atrás somente do Cairo (Egito) e Lagos (Nigéria) – e também a mais populosa cidade francófona do mundo, com quase cinco vezes a população de Paris, apesar de quase metade dos seus moradores (44,5%) falar o idioma Lingala. Em 1881, quando o explorador britânico Henry Stanley chegou lá, o lugar não passava de um pequeno sítio pesqueiro. Ganhou o nome de Léopoldville em homenagem ao rei Leopoldo II, da Bélgica, financiador da expedição. Depois, tornou-se capital da então colônia do Congo Belga e só passou a chamar-se Kinshasa em 1966. Um dos legados da ocupação belga é a maionese, presente na maioria dos pratos da culinária local, tanto na versão tradicional, como na versão apimentada, a Piri-piri. Entre as iguarias recomendadas estão os camarões de água doce do rio Congo, chamados de Cossa Cossa nos menus. Cheia de contrastes, Kinshasa dispõe de grandes áreas comerciais, com restaurantes sofisticados, apartamentos de luxo e três universidades, que coexistem lado a lado com complexos de favelas. Em meio ao trânsito caótico e ruas pobres, é possível ver o colorido encantador das vestes dos sapeurs, homens impecavelmente elegantes. A influência visual deles veio dos antigos grandes astros da música. Falando nisso, é lá o berço da rumba congolesa, do soukous e do ndombolo, estilos musicais com danças peculiares. A romântica “Marie Louise”, de Wendo Kolosoy, é a canção-símbolo da musicalidade do País. Uma volta de barco pelo Rio Congo é um passeio fortemente recomendado. Procurar por obras de arte nos inúmeros ateliês também. Depois de décadas de conflitos armados, Kinshasa se esforça para modernizar sua infraestrutura e oferecer melhores condições para seus moradores e visitantes. Ecológica, colorida, alegre, dinâmica. A capital da República Democrática do Congo faz jus ao apelido que recebeu ao longo dos anos. Kin, a bela.

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