“Os governos precisam investir em programas para segurança alimentar”, afirma José Graziano. O ex diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) afirma que o foco dos governos é voltado muitas vezes apenas na produtividade, o que exclui a garantia de acesso à água e à alimentação. “Forneça condições saudáveis e melhoramos a produtividade”, prova.
O centro do progresso da economia africana devem ser os pequenos produtores, afirma Fadel Ndiame em entrevista à ATLANTICO. Ele é representante da União Africana e conselheiro sênior da presidência de parcerias estratégicas AGRA (Gwroing África’s Agriculture), uma organização liderada por africanos para investir na agricultura do continente.
“A África está no centro de nosso interesse e nosso trabalho”. A afirmação, de Paolo Silveri, economista regional líder do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) para América Latina e Caribe, demonstra a importância do continente africano para as ações desenvolvidas pela agência da ONU, que apoia a agricultura em países em desenvolvimento.
Responsável por coordenar e defender a pesquisa agrícola na África, o Fórum de Pesquisa Agrícola da África (FARA) atua como braço técnico da Comissão da União Africana. A organização aposta em desenvolvimento e tecnologia para avançar a agricultura no continente. “Não há país que tenha rompido a barreira da segurança alimentar sem adotar a ciência”, afirma Yemi Akinbamijo, diretor da instituição.
Promover negócios na África é o principal foco do Afreximbank. Em entrevista a Hippolyte Fofack, Hippolyte Fofack, economista-chefe e diretor de pesquisa e cooperação do banco, falou sobre desafiar o status quo e incentivar o desenvolvimento do continente em parceria com países do BRICS.
“Nós temos uma democracia jovem. A última a ser libertada. Uma das coisas mais importantes que estamos preocupados em fazer é aprender com os que vieram antes de nós ", declara Mcebisi Skwatsha, vice-ministro de agricultura da África do Sul. Em entrevista para a ATLANTICO, ele falou sobre os desafios para seu país e o que foi aprendido com o modelo brasileiro. Ele também destacou a importância da cooperação entre países africanos. A entrevista foi concedida durante o Fórum Brasil África 2019, que aconteceu em São Paulo no mês de novembro.
Tang Shengyao, diretor do Escritório de Cooperação Sul-Sul e Triangular da FAO, falou em entrevista à ATLANTICO sobre as estratégias de colaboração para atingir as metas da agenda 2030 da ONU. O plano indica os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) - divididas em 169 metas - para erradicar a pobreza e promover vida digna para todos, dentro dos limites do planeta. Ele também destacou o papel do Brasil no contexto da Cooperação Sul-Sul.
Com sede na África do Sul, o Standard Bank tem um missão: levar mais investidores para o continente africano. Natalia Dias, CEO do Standard Bank no Brasil, falou com a ATLANTICO sobre a presença do banco nos grandes mercados financeiros e como é feita a atração de multinacionais para a África. Também falou sobre o incentivo para o setor privado e o papel do banco nesse cenário.
O economista do Instituto Brasil África (IBRAF), Igor Lucena, aponta a colaboração trilateral como um dos meios para avançar no desenvolvimento da África. “Estamos trabalhando de uma maneira trilateral que une governos, é claro, mas temos aqui empreendedores, setor privado e também instituições internacionais que juntas criam um vínculo que ajuda as economias a se desenvolverem de maneira mais internacional.” Ele acredita que, criando novas oportunidades econômicas, os países africanos poderão se desenvolver e assim atingirem a segurança alimentar. O economista destaca a importância de eventos como o Fórum Brasil África para estimular discussões a respeito das oportunidades do continente africano.